Meu cantinho de recolher palavras, compartilhar falas, sons, silêncios. Paz. Ou não. Meu lugar de plantar flores....
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
?
Tá aqui, engasgado.
Aí eu venho, abro a tela em branco, olho, olho, olho, e não digo.
Não sei o que tenho pra dizer. Nem eu escuto meu grito, de tão preso que está.
Então, eu fecho a tela e vou embora outra vez.
É assim.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
E
se fazendo?
se construindo?
se sendo, se formando, se reformulando?
contexto, pretexto...
dentro de cada, um. fora, todos e nenhum.
e como? é?
assim, indo, sendo, estando, ficando, gerundiando, é que me vou criando.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Música. Surpresa.
Coceirinha....
Loucura?
Por quê?
E se não for?
Ou é o que sempre se foi, mas nunca se soube?
_Nome?
Carece? Não... deixa pra depois - ou pra nunca mais!
E agora? Como faz? Ignora?
Cutuca pra ver o que é?
Melhor deixar coçar.... deixar estar... deixar passar....
(será?)
domingo, 13 de junho de 2010
incondicionalmente, infinitamente, surpreendentemente, indiscriminadamente, internamente, externamente, virtualmente, platonicamente, fanaticamente, plenamente, apaixonadamente, vivamente, inesperadamente, inconsequentemente, ternamente, determinadamente, novamente, eternamente, extremamente, sexualmente, permanentemente, abrangentemente.
somente.
amor.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Passa, tempo.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Por não estarem distraídos
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto.
No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
sábado, 24 de abril de 2010
Quantas pessoas conhecem você?
sábado, 17 de abril de 2010
A colheita de hoje.
Pois é... eu me lembro de que quando era pequena, as via muito mais frequentemente, em vários lugares diferentes. Mas hoje é muito difícil vê-las por aí, voando traquilas. A não ser em bairros bem arborizados, com muitas flores.
Hoje, uma, grande e colorida de azul e preto, veio me falar.
Me deu seu recado enquanto dançava sua dança, leve como só uma borboleta sabe ser.
Havia outras como ela, mas nenhuma tão mágica. Em horas como essa eu lembro da força que tem minha relação com borboletas.
Queria mais delas pelo mundo, com mais recados dados.
Depois desse recado, que espero ter entendido bem, um nó chegou à minha garganta e uma incível leveza ao meu dia.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Tem horas em que dá vontade de deitar na cama que tem o nosso cheirinho, o nosso ursinho de pelúcia, o nosso travesseiro, e ficar lá enroscadíssima em posição fetal, ouvindo as músicas de que gostamos. Ou de ficar num colinho confortável, recebendo cafuné, sem falar nada. Pedir pro mundo fazer silêncio porque o barulho não dá mais.
O motivo não interessa. Pode ser bocó, supérfluo, sem graça, pequeno, mas é nosso motivo. Nós sabemos por que faz sentido sentir.
Mas, como não dá pra fazer nada disso, como temos que simplesmente acordar e viver, e sorrir pro mundo, sem cama, sem ursinho, sem colinho, sem cafuné, sem silêncio... com licença, vou vestir minha fantasia e ser "gente grande".
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Amigo
Tem amigo de infância, que você conhece pequenininho e compartilha momentos tão incríveis que serão lembrados pelo resto da vida;
Tem amigo que você conhece onde e quando menos espera, e ele se mostra o mais fiel;
Tem amigo que não tem nada a ver com você, mas com quem se pode aprender muito;
Tem amigo que é quase você;
Tem ainda aquele amigo que te dá vários conselhos sobre coisas que nunca vão acontecer;
Tem amigo que cuida de você;
Tem amigo de quem você cuida;
Tem amigos com quem se tem uma coisa, apenas, em comum, e, no momento em que esse detalhe é dividido com eles, você reconhece quase irmãos;
Tem amigos que são amigos dos seus amigos;
Tem amigos que você não vê há anos, mas lembra com muito carinho de tudo que passou;
Tem amigo que você nunca viu ou tocou, mas que, mesmo à distância, sabem dar aquele abraço quando você precisa;
Tem amigo de colégio;
Tem amigo de faculdade;
Tem amigo de trabalho;
Tem amigo de música, de sonho, de caminhada...
Tem amigo pra tudo.
Eu tenho muitos amigos. Alguns não vejo há anos.
Mas amizade de verdade nunca acaba. Persiste no existir da memória, nas lembranças dos momentos que foram divididos.
A amizade é um sentimento que continua.
No patins que aquela amiga da segunda série ensinou a andar, na Ilha Fiscal em que uma amiga fez passar a melhor vergonha, no show em que aqueles amigos gritaram junto, na força daquela amiga que impediu de cair, no comemorar da gravidez daquela amiga querida, em cada detalhe, em cada parte de ser que um amigo ajudou a construir...
Para todos esses amigos que passaram na minha vida e, em especial, para os que permanecem: Obrigada!
"A amizade é um amor que nunca morre" (Quintana)
sexta-feira, 19 de março de 2010
Sobre o "encontro" com as Chicas no Cinemathèque
Ir ao Ensaio Chicas – Entre nós é como ser convidada para visitar a casa de alguém de quem a gente gosta. O cenário é cheio de pertences das Chicas: ventilador, lindos abajures, fotos das meninas, de suas famílias e entes queridos, o cartaz do espetáculo em que se conheceram, enfim, cheio delas. E esse clima confortável, de proximidade e aconchego nos faz sentir “em casa”.
No palco, quatro mulheres fortes, de personalidades totalmente diferentes, mas não opostas – complementares. Paula, a “voz” do grupo, com uma inesperada e modestíssima timidez ao assumir a autoria de suas (lindas) músicas; Amora com seu humor ácido, divertidíssimo e encantador; Fernanda e sua disposição incrível para ficar quietinha e ainda assim conseguir alcançar uma docilidade quase tangível; Isadora conversando com nossa consciência, nos levando a buscar aquilo que podemos pensar em melhorar de nós mesmos. Tudo são partes do todo de encanto que é esse ensaio.
No público, rostos já conhecidos de outros shows, de outras apresentações, da “comunidade chicólatra”, ou chicana, como preferir. Esse interesse em comum das pessoas que vão sempre aos shows abre espaço para mais familiaridade, para que fiquemos mais a vontade. Somos fãs, sim. No melhor sentido da palavra. Fãs como FAscinados pelo trabalho delas.
Assim, à vontade, a gente se entrega e se deixa levar pela voz, pelas vozes das Chicas. Aliás, dizer que somos levados apenas pelas vozes é minimizar o que acontece. São suas vozes misturadas a seus instrumentos, suas interpretações, seu papos, seus gestos... A gente embarca e vai. Literalmente. Cantamos junto, fazemos as coreografias, batemos palmas, rimos (ou, por vezes, podemos chegar à beira das lágrimas com as interpretações).
Nós. Que nos amarram a elas de um jeito que a gente passa a ser parte daquele todo cheio de diferentes sabores de sons. Nós. Os fãs, os chicólatras, os chicanos, que nos rendemos e nos permitimos ser um nós totalmente completo com elas. Chicas. Mais que som – música, gente, corações, sentimentos, aconchego, carinho.
Enfim, poder ir ao Ensaio Chicas – Entre Nós é reconhecer no nome dado ao ensaio o que realmente acontece por lá. É sentir-se em casa, na nossa casa, na casa delas. Com gente boa, inteligente e com ótimo gosto pra música ao redor. É estar perto do que há de bom. E querer ficar!
quarta-feira, 3 de março de 2010
O outro
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
rápido e rasteiro
Tentativas
Acho que tentar é primeiro passo pra chegar em algum lugar.
Quero tentar, vou tentar e realizar.
Tentar fazer, pensar, agir, ser diferente.
Mudar, mas sem me despersonalisar.
Não vou mudar minha essência, só quero deixar de ser o eu que sou agora.
Quero ser um eu diferente.
E vou tentar.
Tentar recomeçar;
Tentar não me desesperar;
Tentar ter mais fé;
Tentar uma nova alternativa;
Tentar uma maneira diferente de fazer o mesmo;
Tentar lembrar...
... o quanto eu amo,
... o quanto sou amada,
... que posso ser bonita,
... que tem muita coisa boa ao me redor,
... que eu amo o nascer e o pôr do sol,
... que eu amo música, olhos de criança, vento no rosto, borboletas, flores e beija-flores,
... que tenho isso todo dia.
Tentar acreditar novamente...
... que posso me formar,
... que posso fazer doutorado,
... que não vou precisar adiar a data,
... que crianças são incríveis e renovadoras,
... que poderemos ter filhos e fazê-los felizes e bons,
... que vamos fazer um futuro diferente,
... que vamos construir uma vida muito feliz que vai durar pra sempre.
Tentar diariamente....
... deixar meus pais saberem o quanto eu os amo e sou grata a eles,
... fazer uma boa ação,
... fazer algo por uma criança,
... sorrir mais que reclamar,
... me permitir sonhar.
E essas tentativas entremeiam-se a mil outras....
E assim vou tentar seguir.
Refazendo recriando, recomeçando, tentando!
Por que borboletas?
Fica presa por dias ou até meses até que saia diferente, com asas. Tem que esperar horas para que as asas sequem antes de poder voar.
E voando, completas, se reproduzem para garantir mais lagartas.
Ainda bem que podemos mudar. De opinião, de roupa, de sonhos, de vida...
Eu já quis ser bailarina, secretária, aeromoça.
Hoje... bem, hoje eu não sei o que sou. Muito menos o que serei.
Quero colher borboletas, mas na verdade, acho que cada vez que vejo uma, é ela quem me colhe. Sempre voo um pouco com ela.... Vou e fico. Um pouco de mim vai nela e muito dela fica em mim.
Voar.